Em 1929, quando o meu pai
construiu essa casa, Osasco era um bairro de São Paulo.
Na época, só havia ela, a casa do
meu pai, e mais uma, bem defronte, no bairro inteiro.
Todo o esforço para que a iluminação elétrica chegasse até a sua porta, foi financiado por ele, também, pois, foi o meu pai quem pagou, do seu bolso, todos os postes e a fiação necessária, numa distância de mais duzentos metros, desde o ponto onde havia chegado a instalação da Light (Distribuidora de Energia Elétrica daquela época) para que fosse trazida até a sua casa.
Todo o esforço para que a iluminação elétrica chegasse até a sua porta, foi financiado por ele, também, pois, foi o meu pai quem pagou, do seu bolso, todos os postes e a fiação necessária, numa distância de mais duzentos metros, desde o ponto onde havia chegado a instalação da Light (Distribuidora de Energia Elétrica daquela época) para que fosse trazida até a sua casa.
Com o crescimento da sua família,
meu velho pai, pioneiro, destemido e perseverante, sonhou edificar neste local,
o seu Império. Casou-se duas vezes e ali, criou onze, dos seus doze filhos.
Na condição de pioneiro e pelo fato de ser negro, teve que amargar insultos, ameaças e até um abaixo assinado proposto por gente que caiu de paraquedas, anos depois, no bairro já próspero, tentando expulsá-lo dali, pois, no entendimento dessa gente, anã de mentalidade, o bairro não comportava uma família de negros e esses, segundo o documento, deveriam procurar outro local para fixar morada.
Na condição de pioneiro e pelo fato de ser negro, teve que amargar insultos, ameaças e até um abaixo assinado proposto por gente que caiu de paraquedas, anos depois, no bairro já próspero, tentando expulsá-lo dali, pois, no entendimento dessa gente, anã de mentalidade, o bairro não comportava uma família de negros e esses, segundo o documento, deveriam procurar outro local para fixar morada.
O tempo passou! Os autores desse
insulto se foram, todos eles partiram seja via mudança do bairro ou por morte.
Mas, o velho Tenente Camargo, permaneceu. Nós, os seus filhos, domamos até
bandidos, transformando-os em respeitadores da casa, da família, do nome
Camargo e da tradição.
Hoje, eu enfrento outro tipo de insulto.
Outros paraquedistas despencados aqui, por vários motivos, civilizados ou não. Tenho
vizinhos moradores de prédio de apartamentos que criam cachorro e gatos e esses
são soltos à noite para fazer sujeira na minha calçada ou no caso dos gatos
deixarem o meu canteiro frontal da casa uma fedentina de urina e fezes. Já ouvi
da boca de uma dessas donas de gato o seguinte descalabro.
– Eu não vou abaixar a cabeça pra
você. Eu sou branca e você, não. Essa infeliz, acabou mudando daqui para a
minha alegria. Tentam imporem-se com regras de desrespeito, deboches e até
linchamento moral contra mim, uma vez que, até peixe podre já foi jogado, do
meu portão para dentro, além da tentativa de quebrar a vidraça da fachada com
uma garrafa cheia de vodka vagabunda, arremessada contra ela. E tudo isso por
quê? Não querem aceitar a obediência à lei seja de trânsito, civilidade ou
respeito ao espaço do outro. Até processo tive que mover contra alguns que,
simplesmente, imaginaram que podiam me dizer o que bem quisessem impunemente.
Pois bem!
A todos vocês, eu tenho a dizer o
seguinte:
Eu sou uma pessoa boa. Mas, se eu
tiver que ser ruim, sou melhor ainda!
Vocês estão perdendo tempo de
apresentarem-se com essas manobras baixas, marica e cínica!
Ora, se estão!
Ora, se estão!
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