sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

SAMBA QUADRIL.

E, lá vem o Carnaval.
Reino do Samba, Marcha Rancho ou Jongo?
Se distintos, na avenida, Samba.
Nos salões, Marcha Rancho.
Nos Blocos carnavalescos, todos os três.
Mas, onde houver samba, tem que ser nos quadris.
Quem derrubou o samba para os pés?
Foi o Rio de branquear tudo.
Na sua origem o samba nunca foi no pé.
Nunca pode.
Os pés da negra pisavam descalços
Chão de terra batida, nos terreiros.
Dos quintais e Senzalas.
Chão da terra fofa, nas lavouras.
Rito de evocação à deusa da fertilidade.
Terra e Ventre.
Semeadura das sementes sãs.
Dança quadril, pois, então.
Leva adiante a sua missão:
Seduzir, provocar, excitar, encantar...
Quais pés dançariam em tais circunstâncias?
E pra que?
Samba no pé é coisa profana.
Coisa de gente que engana.
Não sabe sambar, tão pouco conhece a história ancestral.
Quem derrubou o samba para os pés?
Foi o Rio de branquear tudo!
Samba não é só batuque, às vezes, mas parecendo, fanfarra.
Nem sapateado, próprio de quem tem corpo duro.
Nem voltinha, nem marra...
Samba é ritual!
Respeita!
Dança quadril, samba.

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