quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

FRAGILIDADES.

Componho canções desnascidas.
Recusa em brotar das tristezas que sinto.
Serestas inacabadas, de canto amarfanhado.
Telas sem terminar, tons destoantes..
Gritos emudecidos, sufocantes.
Não posso trair os ritos!
E, desdizer meu amor aflito.
Sou arremedo de arte, triste.
Metade, de tanta ausência.
Semente que teima em não vingar.
Rebento de não germinar.
Milagre...
Posso viver melhor negando que amo?
Repare no que restou se o faço.
Farelo de ser incompleto.
Migalha de luz sem lume.
Fostes para mim o cume.
Da montanha jamais escalada.
Somente eu, ousei no seu topo fincar bandeira.
Por negar-me a fazer do amor, brincadeira.
Mas, ao que vejo, foi só eu!

Delta do Amazonas.

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