sábado, 24 de outubro de 2015

DO SOSLAIO AO O OLHAR POR DENTRO.

Quando eu cheguei, ela já estava. Ambos nos olhamos ligeira e aparentemente, sem nenhuma consequência. Mas não!
Ela, ali do meu lado, alta, esbelta, pele de seda, seios rijos, denuncia da sua jovialidade. Largos ombros nus, rosados...
Cada vez mais me convenço de que o olhar emite radiação, calor que faz soar algum tipo de sinal de alerta.
No vidro da porta, feito por ela de espelho, buscou ângulo ideal para encontrar-me e, então, quis acolher-me nos confins dos seus pensamentos secretos. Ao perceber-me, também, olhando-a, mas, o meu olhar de postura esganada, não fugiu. Ao contrário, torceu o seu tronco a encontrar-me de frente, desejando mergulhar, voluntariamente, para cá, dentro de mim.
Concedeu-me segundos daquela beleza colossal, natural de rosto lavado, sem nenhuma maquiagem. Sabedora de que seus dotes não necessitam de artifícios extras, não os utiliza.
No sério dos nossos semblantes imutáveis, um código de conduta fora trocado entre ela e eu. Sem sorriso. Sem palavra. Sem toque...
Semente da paixão atirada em solo fértil.
Nada eu sei sobre ela. Tão pouco, ela, do que houvera provocado aqui dentro.
Mas, uma coisa é certa:
Foi mágico, bom, vibrante, enquanto durou!

"Próxima estação, Paulista".
"Next station" .

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