sábado, 17 de julho de 2010
A FORÇA DO CANTO.
Nazim, acusado de querer sublevar a Marinha turca, foi condenado a todas as penas do inferno. O julgamento se deu num navio de guerra. Contaram-me como fizeram andar até a exaustão pela ponte do navio metendo-o depois no lugar das latrinas, onde os excrementos se acumulavam até meio metro acima do chão. Esse meu irmão poeta sentiu-se desfalecer. A pestilência o fazia cambalear. Pensou então: “Os verdugos estão me observando de algum ponto, querem me ver cair, querem minha desgraça.” Com altivez suas forças ressurgiram. COMEÇOU A CANTAR, primeiro em voz baixa, depois em voz mais alta, com toda a sua força no final. CANTOU todas as canções , todos os versos de amor de que se lembrava, seus próprios poemas, as romanças dos camponeses, os hinos de luta de seu povo. CANTOU tudo que sabia. Assim triunfou sobre a imundície e sobre o martírio. Quando me contava essas coisas eu lhe disse:
- Meu irmão, você CANTOU por todos nós. Já não precisamos ter duvida nem pensar no que faremos. Já sabemos todos quando devemos começar a CANTAR.
(Extraído de Confesso que vivi – Pablo Neruda)
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Cantar
ResponderExcluirGodofredo Guedes
"Se numa noite eu viesse
ao clarão de luar
Cantando
E aos compassos de uma canção
Te acordar
Talvez com saudade cantasses também
Relembrando aventuras passadas
Ou um passado feliz com alguém
Cantar quase sempre nos faz recordar
Sem querer
Um beijo, um sorriso ou
uma outra aventura qualquer
Cantando aos acordes do meu violão
É que mando depressa ir-se embora
A saudade que mora no meu coração"
Sim, meu irmão, cantar é sempre a melhor opção... Então cante sempre, e que o teu canto seja ouvido ao longe e te faça triunfar sempre sobre o infortunio... E nunca se esqueça de sempre estarei cantando contigo, mesmo que à distância!
Amo você!!
Beijos
Você é a garantia da minha escalada em triunfo, minha Ligia.
ResponderExcluirUm beijo
Seu irmão de pele negra.