quinta-feira, 12 de maio de 2016

COITADO.

Coitado vem de coito. A expressão banalizou-se e quase ninguém percebe o que diz ao exclamar: "Coitado".
Coito é um ato sexual.
Houve um tempo em que os poderosos, ditadores, imperadores, reis e tiranos usurpadores do poder, submetiam famílias inteiras ao coito anal em praça pública, com o objetivo insano de demonstrar a esses, quem é que manda.
Nessa madrugada, a história se repetiu. Dezenas de séculos após a sua prática ter sido abandonada, eis que, se reedita.
A sociedade brasileira, abobalhada, passiva e impotente, acaba de sofrer um estupro coletivo e a céu aberto.
Violência explícita, pública e vexatória, que a todos nós, humilha, insulta, fere de morte e desencanta.
Tiranos, conspiradores, os mesmos de sempre, reprisam, para o nosso total dissabor aflito, as práticas daquela longínqua época de agressão cruel contra o povo.
Coitado de nós.
Coitado do povo.
Fomos todos estuprados!
Porém, "Toda doença só existe para nos mostrar o caminho" e, se permitimos que o tifo prosperasse no seio da sociedade brasileira, mais especificamente no meio político da nação, que esse coito anal, não seja recebido com passividade, tolerância ou conformismo. Nada de: "relaxar e gozar", isso é coisa de gente covarde. Lembremos da máxima: Se tifo der, Tifo deu...
Temos que reagir, erguemos as nossas cabeças e denunciarmos aos quatro ventos a torpe, infame violência que acabamos de sofrer. Não vamos nos comportar como muitas mulheres, meninas e meninos que ao serem estupradas ou sofrerem violência doméstica, vitimas de pedofilia, espancamento físico e moral, que, por vergonha, acanhamento ou, sei lá o que, deixam de denunciar às autoridades, seus agressores.
Não existe honra no silêncio omisso.
Temos que reagir. Temos que "botar a boca no trombone".
É hora de fazer ser vista e ouvida a nossa indignação.



Basta!

domingo, 8 de maio de 2016

OLHAR PARA O CAMPO.

No passado, tinha as minhas sementes em seus invólucros, ainda. 
No presente, a colheita já quase é finda.
Então, olhar para onde o futuro termina, me assombra, entristece e acanha.
Eu ainda não sofro das dores da velhice.
Ainda sou nos campos do meu cultivo, a buscar completar a colheita daquilo que plantei, eu. Triste vou quando, nas mãos, trago bagas, espigas, vagens e grãos apodrecidos pelo excesso de umidade, fungos ou brocas.
Meu olhar ao largo das minhas terras de cultivo, não consegue deitar visão sem chorar.
Ah, quanto eu desejei merecer melhor ventura....
Pensei, desejei alcançar altos patamares, outros.
Mas, falhei!

domingo, 1 de maio de 2016

PERNA AMPUTADA

A paciente, dá entrada na emergência do hospital com um corte profundo na perna. Houvera sofrido um acidente de automóvel e teve as suas pernas presas às ferragens. O ferimento era grave, porém, estava longe de ser letal. 
A emergência encaminhou a paciente para a cirurgia e lá, dado ao odor forte exalado na sala, o cirurgião, afobado, imaginou tratar-se de gangrena e decide amputar a perna da infeliz mulher. Logo a perna, de fundamental importância na locomoção e da própria vaidade de toda mulher.
Uma comissão de médicos e especialistas se reúnem para saberem o que fazer. Só que a maioria deles, eram avessos a odores fortes. Tinham horror a este.
Alguns diziam:
- É gangrena! Vamos amputar.
Outros, ao contrário, afirmavam:
- O odor não é do ferimento e sim dos pés. A perna em questão não está necrosada. Não pode ser gangrena!
Entretanto, a equipe médica precisava ganhar tempo e, amputação, seria a solução ideal para que o tempo fosse poupado.
O tempo e não um membro de uma paciente...
Eles ainda estão deliberando.
O odor à medida que o tempo passa, se acentua. Este que é proveniente do sangue acumulado dentro do tênis da acidentada que, durante horas, teve que aguardar no local do acidente, até que a equipe de socorro a removesse, com segurança, para levá-la para o hospital.
Fede, mas não passa de uma consequência direta do próprio acidente. Chulé e unha encravada podem decretar a perda da perna desse senhora. A imperícia afobada dos médicos, nunca será perdoada quando e se consumada for a amputação.
Os que são a favor, estão em maior número.
Quem é contra, luta para o convencimento dos demais.
Afinal, o membro a ser decepado, nunca mais, poderá ser reimplantado, tão pouco, esquecido, nem pelos prós, nem pelos contra e principalmente, pela paciente, seus familiares, etc.
Que falta faz gente qualificada, séria, nos postos de tanta responsabilidade que ocupam.
Profissionalismo, perícia, cuidado, atenção, pra que?
A perna e do outro mesmo...
Delta do Amazonas.