quarta-feira, 10 de junho de 2015

VULTO.

Volta à memória, noutra vez
Lá está, silhueta tua.
É sutil a lembrança da tez.
Saudade nua.
Que por tão grande ser
Cada palmo de mim, invade.
Flutua leve, como pluma no ar.
E que, pra tão longe, voa.
Se faz em constante viajar.
Apartamento da cisão
Cicatriz que arde, sangra.
Devolve a dor de roldão.
Meu par feminino, siamês.
Se vai embora.
Sem ser mais nu quando partiu.
Agora, se faz em armadura intransponível.
Blindada, imune ao meu toque.
Talvez, até orações evoque.
Na intenção de, bem longe de mim, permanecer.
Só um vulto se pode perceber.
Resquício de um amor encharcado de bem querer.
Que foi robusto, alegre, próspero.
Mas que, doravante, pena amargurado.
Agoniza a felicidade esquartejada.
Arrebentada em pequenos destroços.
Onde, parte desses cacos arremessados,
Sou eu!

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