quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

"PAI E MÃE, OURO DE MINA"







Osasco, 26 de Setembro de 1966.

Yolanda, meu bem, você me perdoa?

Fica escrito o meu arrependimento por tê-la magoado.
Eu sou teimoso e burro! Só enxergo que a minha impertinência vai cavando um verdadeiro abismo entre nós dois, depois de cada briga.
Em todos os nossos quase vinte anos de vida conjugal, este foi o maior período que passamos sem briga séria como a que foi a de anteontem.
Há tempos, eu prometi que iria evitar briga de qualquer maneira. Fui infeliz e descuidado e, a briga saiu feia e escandalosa.
Você sofreu, sofreram as crianças e eu sofri! Estamos todos sofrendo!
Você me perdoa?
Perdoar é esquecer. Do contrário estaremos armazenando ressentimentos.
Feche o livro velho e abra-me um novo crédito de confiança e amizade. Certo?

Theóphilo

2 comentários:

  1. "A gente briga. Diz tantas coisa que não quer dizer. Briga pensando que não vai sofrer. Que não faz mal, se tudo terminar. Um belo dia, a gente sente que ficou sozinho. Vem a vontade de chorar baixinho. Vem o desejo, triste de voltar..."

    ResponderExcluir
  2. Eu me lembro desses tempos de brigas entre eles. Deveria ter aprendido a lição, já que sofria tanto com elas. Porém, quando me casei, imitava-as quase que por herança genética, infelizmente.
    Quantas vezes, em meio a uma briga com minha amada, quis calar a minha própria voz, tentando não dizer o que dizia. Mas, a fúria pra vencer a queda de braços para não me sentir derrotado nos argumentos, via-me vomitando enxurrada de asneiras que feriam, ofendiam, magoavam...

    Perdoa?

    Nunca será tarde pra voltar atrás!

    ResponderExcluir