Quem tem panela de vidro, não sai às ruas criticando a panela dos outros, dizendo delas, serem sujas, amassadas, de barro, rudimentares ou vazias.
Como bater panelas, agora?
Vestidos com a camisa amarela da CBF, cujo símbolo, há décadas, foi maculado pela mesma corrupção que se dizem combater e, num misto de fanfarrice inconsequente, alarido descabido contra a Nação, pois, notadamente, ninguém está verdadeiramente preocupado com o país e sim com os seus interesses pessoais.
Governabilidade? Que se exploda a governabilidade! Eu quero mais é defender o meu: O meu emprego. A minha fatia do bolo. A minha igreja. Os meus interesses. Os meus negócios...
O culto ao próprio umbigo, fez uma multidão ficar com a cara de taxo, pois, os seus paladinos, defendidos com paixão pelos seus vassalos, estão tão ou mais envolvidos em roubos, desvios, escândalos de toda sorte do que aqueles que, até então, vinham sendo acusados de serem os mestres da imundice.
Que discurso se escreverá, agora, vassalos?
Qual a tese moleque que irão compor para defenderem o que é indefensável? As suas bandeiras rasgadas manchadas, e lameadas pela pratica de uma politicagem baixa, desastrosa, leviana, cínica e vergonhosa, não mais poderão ser escondidas.
O Brasil de todos nós precisa criar juízo. Somos uma democracia embrionária ainda e, como todo ser em construção uterina, todas as doses hormonais a serem descarregadas sobre esse embrião, necessitam que sejam administradas na medida exata, sob pena de criarmos monstros irreconhecíveis como obra resultante dos nossos enganos.
Há 100 anos, Rui Barbosa já se mostrava desencantado com a política nacional. Desde lá, não se justifica apontar o dedo pra seu ninguém, enquanto cada um não tiver a coragem de olhar para o seu interior e nele perceber se lá no seu íntimo, está ou não o solo fértil da lisura, dignidade, honra e honestidade.
Mãos a obra, pois, então.
Bater panela de vidro, dá nisso