Olha, cada um a seu modo.
E, dependendo do jeito de olhar,
Pouco ou nada se vê.
Gostam da cor, sem ligar para a mensagem.
Notam a figura em destaque,
Sem notar o apoio de amparo.
Toco podre, em brota de fungos.
Lindo!
Com desdem de desprezo, alguém diz:
- Eu não gostei dos pés do "passarinho"...
E o artista conversa com seus botões,
A ele mesmo dizendo:
- Pudera! Não à toa, artistas passam apuro.
Fome!
VISTO.
Disse o meu compadre e amado irmão:
- "Quando tiverdes tuas mãos no arado, não olhes para trás".
Visto que não mais se importa.
Por onde piso os meus pés.
Visto o véu da coragem.
Arrebento o trinco da porta.
Mantos, lenços e laços...
Desfaço!
Finjo que não doe.
E da moda de ir embora, me visto.
Do canto do cisne previsto:
Novos Ventos Soprarão do Rumo Norte.
Anunciado há tantos anos, por isso invisto!
Visto a roupa de missa.
Talvez para me fazer mais bonito.
Obedeço impulso que atiça.
E vou...
Ainda que por dentro, feio e aflito.
Cisma de menino na minha mente, tocou.
Tento eu, sufocar um grito.
Ah, se me fosse dado a escolher...
Tendo visto a aliança companheira
Pra longe ser atirada, longe das nossas mãos.
Ventos do Norte que me acolha e proteja.
Sou nas tuas asas, confiante.
Visto as vestes, mimos que me destes.
E de bom grado, agasalhado a mim fizestes.
Aquecendo esse meu corpo que um dia, nu.
Você amou!
Lá vou eu. Lá vou eu...