domingo, 15 de março de 2015

OUTONO.


Estava zangado!
Só a sua zanga, explica a minha sina.
Sou de Abril!
Logo do seu primeiro dia.
Lógos particular, só meu.
E, mesmo tendo nascido numa manhã, quase meio-dia.
Compareceu mais forte, o breu.
Longas, sombrias noites.
Negação do clarão solar.
Vou por essa vida, seguindo, num eterno tatear.
Quase nada é palpável.
Quase nada é concreto.
A não ser, o escuro do abandono.
Excesso de descaminho.
Farol do Oriente.
Se faz ausente.
E, por quê, não está lá?
Negação...
Nem fresta, nem língua de lume, nada.
Negação de trégua.
Negação de fôlego.
Açoite!
Quinhão da minha vez.
Vontade de compor harmonia.
Trazer, aproximar companhia.
No alegre roçar da tez.
Dela e minha.
Não é de arrependimento, verso que faço.
Verbo de contra golpe.
Galope de triste amargura que é só minha.
Armadura.
Trincheira, esconderijo de comandante amedrontado.
Sorri para mim, felicidade...
Invoco a tua presença, já que, ausência.
Sem perceber em mais ninguém.
Tão intensa quanto em mim, é.
Outono do despencar constante.
Quis despejar, inclusive, eu.
Como uma folha solta do galho.
Nasci em Primeiro de Abril.
Pra ser, quase uma mentira.

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