Ri de Janeiro, Rio.
Rii de Janeiro
das lições de casa negligenciadas.
Maravilhosa
festa de idiotices, sem fim.
Ria, ria mais
de Janeiro, Rio.
Faça vistas
grossas para todo Janeiro que traz, o novo ano.
Desfila a sua empáfia
por sobre a miséria humana da sua gente.
Janeiro sepulta
mais gente, até quando?
Enquanto esse
estupro do meio ambiente não cessar.
Rio que foi
maravilhoso quando da sua descoberta.
Mas, depois, é
o que se vê.
Maquiagem espessa
tentando disfarçar as imperfeições do seu rosto.
Plástica mal
feita no seu corpo estragado e que, outrora, foi tão bonito.
Glúteo, glande,
mamas, pélvis, curvas, relevo detonado.
Todo Janeiro é
um Rio.
Todo Rio é um
espetáculo patético de desmandos cruéis das autoridades,
Da população
mascarada que afirma que o Rii é o Paraíso.
Qual nada!
Paraíso não tem
lugar para barracos pendurados em seus Montes de Vênus.
Nem admite gordura nas paredes de suas artérias.
Depilação ininterrupta
dos seus pelos, suas matas.
Quem mata as árvores,
paga, alto preço. Paga com a vida.
Vida que, nem
sempre, é de gente culpada.
Vai, então, Rii
de Janeiro.
Continua rindo
enquanto puder.
Ria enquanto a
mão pesada da natureza não ceifar, desta feita, a sua vida.
Até lá, pode
continuar rindo, Rii.
Ou toma
vergonha nessa sua cara de pau,
Ou mata ou
morri.
Olá,
ResponderExcluirMinha presença não é bem vinda e eu mesma, sabendo disso, abri mão da amizade, do contato, com as melhores
pessoas que conheci nesses cinquenta e tantos anos de vida que tenho, em função dessa triste constatação,
porque não se pode "servir a dois senhores"; não é ético, não é leal, não é "humano". E você,
me deixou claro que entre tantas aventuras, "esta" foi a que você decidiu que valia a pena esquecer.
Até porquê, ficou antiga.
Assim, este foi o meio, "inútil", que encontrei (ilusório, óbvio) de tentar uma adaptação diante do espírito
carioca de ser, fazendo de conta que a paisagem era outonal e de que ao chegar o inverno, tudo o mais seria congelado
com ele.
Hoje, por acaso, li a sua mensagem "Ri, Rio de Janeiro" e senti muita tristeza por ver que, embora o tema
seja de desolação com relação a Cidade, nas entrelinhas, era como se estivesse lendo algo dolorido
sobre as pernas, o sangue, as visceras, os ossos, a banha que ocupa espaços desleixados de um corpo
que um dia, foi amado. admirado e tocado pela sensibilidade das mãos de um artista, que em si, trazia
a arquitetura pronta, indelével, privilegiada e vista com delicadeza, sob os morros e praias, mares e
luzes,relvas e resinas que desceram pelas entranhas de cavernas virgens, jardins e perfumes de ruas, árvores,
flores do Güinle, do Jardim Botânico e da Praça Paris.
O morro da Urca, esculpido naturalmente, não sofreu o desgaste do tempo.
Continua lá, lindo e soberbo, para quem quiser ver.
E o Rio de Janeiro continua "lindo" ... diz a canção.
O Rio não "ri". O Rio se engana.
O Rio não se alegra e nem zomba, antes, lamenta.
O Rio, respeita aquilo que não pode mudar sozinho.
O Rio aceita em silêncio, de boca fechada e olhos vendados, o que lhe é cobrado
pagando um preço altíssimo, entre impostos e taxas, passagens e tributos.
O Rio virou uma sigla, um signo sem significado pois que se atém a viver um dia, o seu dia.
O Rio se abandonou e por suas "pseudo autoridades" foi abandonado a sua própria sorte.
O Rio se sustenta em suas próprias dores, usando máscaras das mais diversas, se fazendo
de forte, se pondo de pé todos os dias, cantando "Rio de janeiro, Rio de janeiro...Cristo Redentor, braços abertos sobre a Guanabara".
O Rio Chora e se esconde.
Quem o vê assim, displicente, irrevente, não pode avaliar o que lhe vai no Centro da cidade.
Não é como São Paulo, que valoriza suas raízes, cuida de amar e proteger seu povo; briga e até mata
em defesa de inocentes; São Paulo da garoa ... da Liberdade, da Sé, cantanto "Ronda" e celebrando em alegria
sem medida, vitórias como a do PT e a do Corinthians.
São Paulo é uma festa por todos os motivos!
São Paulo, continua ... dá segmento, troca, substitui peças usadas por novas e modernas.
São Paulo tem a tecnologia em suas mãos e em seus pés.
Não..não há como comparar essas duas Cidades, tão distintas e ao mesmo tempo tão semelhantes entre si.
Afinal, em cada esquina, uma história, uma lembrança, uma esperança.
O que vale, é a intimidade; o que vale, é a credibilidade; o que resta, é o amor, se possível, com poucas condições,
já que de incondicional, só o amor de Deus.
Deixo aqui, uma única lágrima; aquela que não desceu porque se prendeu timidamente, na garganta
do adeus.
Não se deixe enganar, poeta, escritor, homem de bem: O Rio de Janeiro continua lindo e cantando
todos os dias o nome sagrado de São Paulo, o Apóstolo, pelas Estações de Trem da Central do Brasil
ao Terminal Rodoviário da Cidade da Garoa.
Tatiana Fedosseeff
"Um lutador não é um apóstolo".
ResponderExcluirRui Barbosa