Toda relação, por ser viva, necessita de ajustes, aquilatações, aparar de arestas.
Não é a relação de amor entre dois, portanto, diferente.
No entanto, quando verdadeiro, esse amor extrai força de reação ao emergir de uma crise, fortalecido, justamente porque, mesmo no destempero não deve haver desacatos, ofensas, golpes de morte.
Sobrevida é diferente de ressurreição!
Morto um amor por força de lesões profundas, feridas que não cicatrizam, sepultado deverá ser, sob pena do obter-se em seu lugar um vicio, arremedo vulgar daquilo que, um dia, foi uma relação de amor harmoniosa, mansa e prazerosa.
Amor vivo tem força para romper barreiras e, ir além. Resistir aos vendavais e sobreviver. Sublimar, transpor, perseverar em encantamento, esperança e credibilidade, pois, está nesses quesitos a coluna mestra da existência salutar, vigorosa da relação de amor.
É, portanto, de importância vital que se saiba identificar quando se está diante de um moribundo desenganado ou de uma planta viva que tem no futuro uma promessa de prosperidade, infalível.
Vive nessa delicada distinção a essência daquilo que liberta ou escraviza alguém para sempre, só por não ter olhos pra ver.