sábado, 18 de abril de 2015

VAZIO DE NÓS.

Todas as praias de verão limpo e lindo, não foram plenas.
Nem ela, nem eu estávamos lá.
Todos os bailes das grandes valsas, minueto, boleros e foxtrote.
Nenhum brilhou como deveria...
Nem ela, nem eu dançávamos nos salões dos seus encontros.
Todos os pique niques das toalhas em xadrez estendidas no chão.
Das cestas fartas de bolos, salgados e lanches em caprichada confecção.
Guaraná, Tubaína, refrescou, adoçou, alimentou e fez feliz o quanto podia...
Nunca fomos juntos a nenhum deles.
Todos os Carnavais, feriados prolongados, perderam-se no desperdício.
Até mesmo nos tempo da não escassez de dinheiro, nem assim, nunca pode!

Qual Paris pode ser tão mágica, romântica e sedutora,
Quando, só um de nós, por suas fronteiras adentra?

Quão cruel, viver em Extrema em solidão dorida.
Quem pode suportar tantas paisagens, inspirações, encantamentos
Estando sem o nosso par?
Éramos dois namorados loucos um pelo outro.
Mas, jamais fomos livres para viver, beber, desfrutar de tantos goles.
Quinhões de regalo.
Ter ao alcance das mãos, o pote, repositório de contentamento.
Merecido espaço a ser preenchido por quem de direito:
Dois que tanto se amam.
Mas...
De tanto viver de migalhas, nosso amor robusto, se desnutriu.
Minguou, em pele e osso, caiu doente, e, quase morto, é!

quinta-feira, 2 de abril de 2015

TRAÇOS DA INGRATIDÃO ENDÊMICA.

Tudo se pode esperar de quem não gosta de ler, nem tem fome de conhecimento, não conhece nem a si mesmo, que dirá aos outros. A “Banda do Zé Pretinho” toca ódio direitinho!”!
O tio do Zé Pretinho, passou a vida servindo a ele e os seus, mas, Zé Pretinho acusa o seu tio de ser vagabundo. Tio que com seus outros irmãos tios, concretou toda a calçada do corredor da casa da mãe de Zé Pretinho, enquanto que ele e sua Banda batiam pandeiro, faziam pagode, rindo e gargalhando sem serem capazes, de prestarem, se quer, tímida ajuda aos tios que trabalhavam de graça na casa da mãe desses batuqueiros. Nem ele, nem os irmãos dele. Tio que, quando tinha carro, se parecia mais com um motorista de ambulância do que com dono de um carro de passeio de sua propriedade particular.
Um desses carros foi todo restaurado pelo tio vagabundo e quando ficou pronto, Zé Pretinho o pediu emprestado para uma emergência. O tio prestativo atendeu a sua solicitação e emprestou o seu veículo, e, Zé Pretinho fez uso e regalo daquele ato gentil. O Carro restaurado tinha uma porca que prendia o volante à coluna da barra de direção, espanada. O tio sabia desse defeito, mas Zé Pretinho, não. Sem experiência, na condução de um carro com câmbio automático, sem o menor senso de destreza ao volante, Zé Pretinho, quando subia uma ladeira, puxou o volante para trás, como quem quer ajudar, no braço, um carro para subir rua íngreme. Zé Pretinho, faz chacota do carro que o serviu porque o volante saiu na sua mão. Então, ri de gargalhar do episódio que vive repetindo para todo mundo rir com ele. Foi o seu tio, vagabundo, quem correu daqui e dali para dar assistência à gestante esposa do Zé Pretinho, passando horas na porta de maternidade, Pronto Socorro, ajudando, ajudando. Três das suas filhas nasceram em segurança porque o tio de Zé Pretinho, gentilmente as conduziu com sua mãe, até a maternidade.
Zé Pretinho, aos berros ali no corredor que o seu tio vagabundo, ajudou a concretar: - Canalha, cretino, inútil. Mas, o tio de Zé Pretinho, inútil, vivia ajudando a resolver questões da casa da sua mãe, consertando máquina de lavar, trocando chuveiro, arrumando boia de caixa d’água, trocando fechadura de porta, emprestando cama e colchão para dar conforto para as suas filhas, emprestando ferramentas, escada, trocando lâmpadas, emprestando livros para auxiliar suas filhas nas tarefas escolares, etc.
E onde estava Zé Pretinho, trabalhando? Na maioria das vezes, não. Em muitas delas ele se ocupava de tomar banho, se perfumar com suas essências caras. Noutras, ficava por ali, incapaz de segurar uma escada para evitar a queda do inútil tio prestativo. O mesmo tio, também é chamado de lixeiro pela irmã gêmea do Zé Pretinho e quer saber por que? Porque há dez anos o tio lixeiro deles, realiza um trabalho de coleta de material reciclável, que vizinhos e amigos trazem e o tio classifica, armazena e depois entrega para o caminhão da Coleta Seletiva da Prefeitura.
O tio vagabundo, inútil, dele é autor de quatro livros publicados e mais sete à espera de publicação. Porém, Zé Pretinho diz em tom de deboche:
- Cadê os seus livros, encalharam? O cara escreve dois livros, sendo que, no segundo, ele pede desculpas pelas merdas que escreveu no primeiro. Mas Zé Pretinho leu algum livro do tio vagabundo? Claro que não! Ele tem aversão à leitura. Ele e boa parte da sua parentela. Gente com vasta cultura televisiva. Dos pagodes, e na arte de semear intrigas, injúrias, mentiras e principalmente ódio por toda parte. A Banda do Zé Pretinho é exímia no debochar da cara de todo mundo, mas, quando alguém ousa devolver na mesma moeda, eles fazem o que fazem. Ocupam-se na execução de cuidar da vida alheia. Agora, cuidar da própria vida...
Perguntem para o Zé Pretinho, o que ele já fez de bom para o seu tio? Ele diz que cansou de apartar briga minha com a minha ex-mulher. Ele diz que eu matei ela de tanto bater e depois fui chorar no velório dela, dando uma de viúvo. Com que direito ele levanta tão grave calúnia? Em que isso pode engrandecê-lo?
A resposta é um retumbante, em nada! Assim como em nada irá se tornar a triste história da sua vida.