domingo, 17 de agosto de 2014

QUINTAIS.



A unicidade do Ser Humano e meio-ambiente.
Insta-me a dizer o que digo:
Rasgado o peito, enxague em seiva.
Em quintal fora feito propositalmente.
Solo fértil.
Arvoredo, plantas, flores, frutos e chão. 
Raízes de credibilidade. Copa de esperança.
Flores e frutos de Fé.
Para firmar-se em lar, abrigo, espaço útil.
Nunca tendo aprendido a ser sozinho.
E, a todo tempo, sem tal desejo, o é.
Quanto eu quis, a tudo ver, diferente?
Das ervas daninhas, entender ser livre.
Quase inglória se fez cada tentativa.
Só no chão de pisar elas não prosperam.

Pudera!

Nem as ervas, nem vida, nem nada.
Faz-se em cicatriz perpétua de cada passo.
De um caminhar, ir e vir persistente.
Pisoteio de tanta gente.

Eu consenti!
Dei meu aval.

Quantos quintais existem iguais ao meu?

Ainda assim, o mantenho imune.
Preservado daquilo que seria sua derrocada final.
Ainda que tanto faça sofrer tantas dores.
Martírios disfarçados, como se fossem amores.
Melhor continuar a ser assim como é.
A desistir do sonho de ser feliz.
E eu mesmo, por amargo desencanto.
Ordenar, decidido, que eu vá embora de mim.
Sucumbir à solidez fria, cinzenta e rígida do concreto.
Solidão, desamor, desilusão. Mão pesada.
Força do laço da forca, ingratidão.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

HORIZONTE INCERTO.



Navegando pelos mares bravios de agora
Distante das praias de remanso, areias brancas de paz perene de outrora.
Vai minha Nau, desgoverno de triste cumprir tua missão.
Navegar, navegar...
O tempo de desistir dos mares não é teu, ainda.
Então, tu deverás em resignação,
Continuar.
Ir...
Mas, pra onde e, sem o teu norte?
Sabeis conduzir e a contento este timão?
Vou a reboque de um impulso esgotado.
Quase nulo.
É o vento quem me conduz, quando sopra forte
Nos trapos das velas em mastro eriçado.
Temo pela resistência de tudo.
Casco, vela, mastro, e eu...

As águas do oceano vasto, meu caminho.
Estradas de estranhas surpresas são à minha espera.
Que seja de vitória triunfante a Nova Era, teu futuro.
Ainda que só de sonho seja feita a tua Glória.
Tua voz de comando a conduzir-te a ti mesmo.
Há que levar-te, em segurança, até um Porto Seguro.
E se tu não lograres êxito na tua jornada.
Que o mar cuide com revência modesta dos teus despojos.

Delta do Amazonas.

sábado, 9 de agosto de 2014

RITUAL DE ASSEIO.

É mergulhado na tina das letras que a minha inspiração ordena.
Que eu me lavo, corpo inteiro.
Dia após dia, quando escrevo.
Asseio que busca limpar os borrões da minha tristeza.
Mágoas, rancores e delusão.
Todos trazem entrelaçadas as suas mãos.
E na toalha da minha quietude sufocada.
Cada gota da água mística, bem intencionada.
Que a mim pretende lavar para, então, ver surgir, um homem novo.
Evapora, seca, pronta para o banho do dia seguinte.
Meu futuro de sorriso negador, se faz carrancudo.
Talvez, por ter-se aplicado nas lições que eu mesmo ministrei.
Olho para o horizonte, onde a sua face se anuncia.
E nela antevejo ausência da tua alegria.
Quisera eu estar mergulhado em ledo engano.
E num surto otimista,
Perceber, meu calculo errado.
Mas, não há otimismo o suficiente.

Delta do Amazonas

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

UNÚTIL...



QUANDO O Amor de Nós Dois Morrer, Tudo estara posto.
Silêncio, vacância, Desterro.
Haverá Opaco Permanecer somente como Lembranças de hum tempo, los Opaco, tu me tinhas Como TEU. Lembranças Que Localidade: Não Serao em Mim. Localidade: Não poderás CONTAR Mais Comigo, posto Opaco, Morto Serei eu, also, DEPOIS Opaco Morto estiver O Amor de Nós Dois.

sábado, 2 de agosto de 2014

LUZ REFLETIDA.



“Toda matéria é invisível! Tudo aquilo que nós enxergamos, não passa de luz refletida”.

Seria míope a visão que tenho de ti?
Por que te vejo tão linda?
Mulher, Musa, Música.
Meu aconchego.
Teu vestido colado no corpo.
Deixa entrever teus segredos.
Revelados, em parte, nas curvas salientes.
Das tuas formas de delicada escultura.
Meu apego.
Musa, Música, Mulher.
Inspira, encanta, fascina.
Põe-me entregue ao culto de devoção.
Música, Mulher, Musa.
Vejo a ti, brotar do violão que arpejo.
Também estás em tudo, quando canto.
Ah, esse meu canto de a ti evocar.
Abrandar em mim, a falta que me fazes.
És, tantas vezes, razão do meu viver.
Noutras, minha aflição e angustia.
Onde estás, amada minha?
Por que tu me fazes prostrado de fronte ao inexistente.
Falta de luz para refletir-te?
Ou falta da matéria invisível
Presença tua ao alcance da minha visão?
Se sabes que diante de ti,
Como num altar da minha devoção leal.
É a ti que entrego
As oferendas de um homem tão apaixonado e fiel.
Dedicação, reverência, veneração...

Meu amor por ti?

Delta do Amazonas