quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

CONFERÊNCIA DO ESTORIL 2011

RII DE JANEIRO


Ri de Janeiro, Rio.

Rii de Janeiro das lições de casa negligenciadas.
Maravilhosa festa de idiotices, sem fim.
Ria, ria mais de Janeiro, Rio.
Faça vistas grossas para todo Janeiro que traz, o novo ano.
Desfila a sua empáfia por sobre a miséria humana da sua gente.
Janeiro sepulta mais gente, até quando?

Enquanto esse estupro do meio ambiente não cessar.
Rio que foi maravilhoso quando da sua descoberta.
Mas, depois, é o que se vê.
Maquiagem espessa tentando disfarçar as imperfeições do seu rosto.
Plástica mal feita no seu corpo estragado e que, outrora, foi tão bonito.
Glúteo, glande, mamas, pélvis, curvas, relevo detonado.

Todo Janeiro é um Rio.
Todo Rio é um espetáculo patético de desmandos cruéis das autoridades,
Da população mascarada que afirma que o Rii é o Paraíso.
Qual nada!
Paraíso não tem lugar para barracos pendurados em seus Montes de Vênus.
Nem admite gordura nas paredes de suas artérias.
Depilação ininterrupta dos seus pelos, suas matas.
Quem mata as árvores, paga, alto preço. Paga com a vida.
Vida que, nem sempre, é de gente culpada.

Vai, então, Rii de Janeiro.
Continua rindo enquanto puder.
Ria enquanto a mão pesada da natureza não ceifar, desta feita, a sua vida.
Até lá, pode continuar rindo, Rii.
Ou toma vergonha nessa sua cara de pau,
Ou mata ou morri.